segunda-feira, janeiro 31, 2005

Petite sœur de mes nuits

A música interfére, suavemente, deixo-me embalar num copo meio vazio, um cigarro que detesto, a noite aconchega-me a alma, como se o tempo passasse um bocadinho mais devagar, e o sôno chegasse, leve, para me acalmar.



Sous la lumière en plein

Et dans l’ombre en silence

Si tu cherches un abri

Inaccessible

Dis-toi qu’il n’est pas loin et qu’on y brille

A ton étoile



Petite sœur de mes nuits

Ça m’a manqué tout ça

Quand tu sauvais la face

à bien d’autres que moi

sache que je n’oublie rien mais qu’on efface

A ton étoile



Toujours à l’horizon,

Des soleils qui s’inclinent,

Comme on a pas le choix il nous reste le cœur

Tu peux cracher même rire, et tu le dois

A ton étoile



A la joie

A la beauté des rêves

A la mélancolie

A l’espoir qui nous tient

A la santé du feu

Et de la flamme

A ton étoile



Noir Désir

Elemental

Hoje tive um dia lixado... No regresso a casa coloquei o CD do carro em repeat.



Time will swallow your precious time

Like magic create the future

What makes a man so fickle ?

Who put the daggers in those eyes ?

Was it to learn

Through dark days of struggle ?

Was it to burn

To burst all our bubbles ?



Thunder and rain

Well the cynical flame, will it heat, stick, and blister ?

Thunder and rain



Evangelistic brother should be banging a tambourine

Go wash your hands and fingers till your mind is clean !

Was it your fate

To sleep like a normal ?

Time and decay

No man is immortal



Thunder and rain

Boredom and pain lit the cynical flame, will it heat, stick, and blister ?

Thunder and rain



Still try to resist

The pessimist

The pessimist, no no !



And these things I find

In the back of my mind

Where time lasts forever

I get all mixed up, think I'm all mankind



Listen Mr. Pessimister with your Catholic taste...

Oh, listen Mr. Pessimister, Pessimister, we do not relate...

Listen Mr. Pessimister, Pessimister, Pessimister...

Mr. Pessimister !



Tears for Fears

Do princípio até ao fim

Esta história passou-se no Inverno, o contexto físico, emocional e temporal vem deste post , seguido deste. A pedido de uma leitora amiga (que provavelmente quando ler isto se vai arrepender), seguem os eventos dessa noite.



Voltei a subir a rua, tinha parado de nevar mas o frio continuava, e adivinhava-se ainda mais frio durante a madrugada. Cheguei perto da porta e ela já estava na rua à minha espera... “Vamos ali ter com uma amiga minha, combinamos encontrar-nos no centro” O beijo de quem não se via há mais de 1 mês passou despercebido no entorpecimento dos nossos lábios frios.

Fomos a um bar chamado “American Dream”, tinha uma decoração a condizer com o nome e que estava muito bem aquecido. Não estava ainda cheio, as pessoas normais àquela hora costumam estar a jantar...

A amiga dela já lá estava, chamava-se Olga, a Maria já me tinha falado dela, era muito bonita de cara, como as Russas são quase todas, da altura da Maria mas com as curvas escondidas na roupa folgada.

Lembro-me que a atmosfera cresceu e evoluiu ao passo de cada rodada de cerveja que íamos pedindo... Nessa altura o meu entender de Russo permitia-me acompanhar a maior parte da conversa, por vezes alternávamos para Inglês e quando eu ou a Maria queríamos dizer algo mais privado dizíamos em Francês... Ocasionalmente elas trocavam uma ou outra frase em Holandês mas isso não me fazia confusão.

A determinada altura a Maria ausentou-se e a Olga, perfeitamente out of the blue disse uma Frase: “A Maria gosta muito de ti Francisco, ela nunca faria nada com outro homem...” Sorri, “Ainda bem” disse eu “Também gosto muito dela...”.

A Maria voltou com um empregado que trazia uma bandeja com 3 cervejas e 3 shots de Vodka. Continuamos animados, a tensão inicial libertou-se com o alcool e deu lugar a alguma intimidade. O tal “Doomflower” que eu tinha fumado no “Schmurf” já se tinha esvanecido e hesitei em ir à casa de banho enrolar “uma”, “uma” pequena, só para mim... Mas deixei-me estar, de qualquer forma já estava a ficar meio bezâno...

Daí a pouco a Olga ligou ao marido para ele a vir buscar, ou pelo menos para vir beber um copo connosco. A Maria explicou-me que era um casamento de conveniência, ele era Holandês, quarentão e tinha um Porsche 911. A Olga era estudante, boa nas horas do caraças e precisava de um Visto de residente. Dormiam em quartos separados e mais uma série de pormenores que fariam bastante confusão a qualquer Católico.

Mandamos vir mais uma rodada, já para 4, o marido da Olga apareceu pouco depois...

O resto da noite são breves episódios na minha memória, sem continuidade, dispersos e sem eu saber muito bem a justificação de alguns acontecimentos.

Lembro-me de irmos para um outro bar em frente à Estação Central... Estávamos numa mesa de quatro, dois a dois, a Olga ao meu lado direito, a Maria em frente da Olga, e o bacâno (não me lembro o nome dele) ao lado da Maria, ou seja à minha frente.

Elas envolveram-se numa conversa qualquer de gaja, em Russo, cheias de risos e animação. Eu e o Marido da Olga falamos de coisas de gajo, futebol, carros e gajas, em Inglês (Ele não falava Russo, e eu pouco percebia).

A determinada altura a Maria e a Olga pararam de falar uns instantes e sem que a minha mais profunda intuição o pudesse prever, levantaram-se das suas cadeiras e aproximaram-se uma da outra sobre a mesa num gesto simultâneo e continuo que culminou num beijo, um beijo languido e sensual, um beijo linguado... Eu e ele paramos de falar um instante e olhamos para elas, sorrimos, depois a falar como se nada fosse... Elas voltaram a sentar-se e continuaram a conversa delas.

O sangue nas minhas veias começou a borbulhar, ou então era o álcool a preparar das suas. Fiz um esforço para controlar os maus fígados, aqueles que tinha quando era adolescente e me metia em zaragatas sempre que bebia. Mantive um ar sereno, sereno mas dinâmico.

Lembro-me de ter pensado num filme com o Richard Gere e o Andy Garcia e numa cena em particular, uma daquelas cenas à filme que quando vemos na tela temos a certeza que são perfeitamente irreais. Naquele momento essa cena acendeu-se na minha cabeça, veio à luz, real, mais real que o filme alguma vez a poderia representar. Continuei a conversa com o outro idiota gesticulando com a mão esquerda... Com a determinação cega pela intensidade dos eventos coloquei a mão direita no entre-pernas da Olga, senti o formato, o calor e o húmido que as calças deixavam passar... 1 minuto... 2 minutos... 5 minutos... A conversa continuou animada, contei-lhes uma anedota sobre o milénio novo que se aproximava e os medos do Y2K, rimo-nos todos. A Olga de vez em quando ajeitava a posição do corpo, abria ou fechava as pernas consoante o meu toque se intensificava ou abrandava. Estava tão absorvido no que estava a fazer que a mão dela a tocar em mim me passou perfeitamente despercebida...

Durante a hora que se seguiu elas repetiram a façanha do beijo umas duas ou três vezes, a minha reacção foi a mesma, mas a dificuldade em me controlar aumentou exponencialmente. Esforcei-me por fazer um ar igual ao outro otário, como se nada me surpreendesse... Acho que fui bem sucedido nesse esforço.

Passadas mais umas rodadas de cervejas mal bebidas pagámos e saímos... A Olga anunciou que o Marido se ia embora. Lembro-me de me despedir dele com um aperto de mão, por uma vez não tinha a mão gelada ao cumprimentar alguém.

Enquanto eu fui comprar cigarros eles foram andando para o parque de estacionamento, comprei uma garrafa de 200cl de J&B que bebi pelo gargalo num trago e aproveitei um canto refundido para fumar um charro. No percurso de regresso tirei do bolso a base de copo do “The Schmurf”” e re-li o que tinha escrito algumas horas antes, o poema parecia uma peça daquele puzzle:



Debut IV



O princípio sou eu

Sou princípio

E sou o fim

Sou presente respirado

Que se sente indiferente

À frente de toda a gente

Inspirado no passado

Respirado no presente

Sou desejo

Sou vontade

Sou ensejo

Sou saudade

O princípio e o fim

Sei que os sinto assim



Quando voltei para junto delas o outro otário já se tinha ido embora. Dirigimo-nos para casa da Maria e noite envolveu-nos aos três.

Nos dois anos que se seguiram eu e a Maria nunca falámos daquela noite, nunca comentámos, nunca manifestámos um ao outro se tinha sido bom para nós ou não.

A frase descabida que a Olga me tinha dito no “American Dream”, quando a Maria se tinha levantado da mesa, instalou-se na minha mente indelevelmente.

Mas essa história fica para outra vez...

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domingo, janeiro 30, 2005

Se eu fosse mulher...

Gostava de ser morena, gira e bem feitinha, gostava de ser extremamente feminina, sensivel e altruista, seria seguramente determinada e timidamente valente, timidamente timida, independente e idealista, seria apaixonada, sonhadora e falaria sempre em francês.

Se eu fosse mulher gostava de ser a Amélie Poulain!

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Também tu, Brutus meu filho?!...

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"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar"



Caius Julius Caesar (100-44 AC)



Citado (sem permissão) do Pé de Meias

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5786 NL 33

Pois é, a inspiração advém das mais inesperadas fontes, como gotas de chuva que nos caiem em cima e que por muito que possa acontecer em locais diferentes, o resultado é sempre o mesmo - Ficamos molhados.

Na altura em que os eventos se passam (1998) eu morava em Bordéus, estava na segunda fase da dupla-licenciatura e vivia com a Maria.Um belo dia fartamos-nos dos autocarros para ir para a E.S.C. Bordeaux e do TGV de cada vez que iamos a Paris ver a minha irmã Lili... resolvemos comprar um carro:A guita que tinhamos disponivel para tal investimento era escassa mas mesmo assim, estudante é louco e determinado, por isso começamos a procurar...Eventualmente, ao fim de umas semanas, encontramos num stand de usados em Nanterre (Norte de Paris, no 92) um carro ideal: Poucos quilometros (42.000), Barato (45.000FF na altura, sendo 1€ = 6,65 FF), Preto, automático, cheio de Pinta-Brava e veloz.Neste carro fizemos mais de 100.000Kms juntos nos 3 anos que se seguiram (e desde que nos separamos eu espetei-lhe com mais 50.000).Das muitas viagens que fizemos algumas ficaram gravadas na minha memória, verdadeiros momentos capazes ainda hoje de causar interferência, eis alguns momentos mitrados:Saimos do stand, entramos na A10 em direcção a Sul. Era de noite, ao passarmos na zona de Tours paramos numa estação de serviço, jantamos e antes de seguirmos viagem experimentamos o quanto eram reclinaveis os bancos... são reclinaveis o suficiente!

Depois seguiram-se multiplas viagens, que dum modo genérico foram assim.

Luxembourg - 5 ou 6 vezes

Holanda - 3 vezes

Paris - 30< vezes

Portugal - 2 vezes juntos (10< vezes Invisible solo)

Inglaterra - 18 Mêses na Universidade de Portsmouth (A Maria estava na Universidade original dela em Rotterdham)

Em Julho/Agosto de 98 fizemos a maior viagem que alguma vez fiz de carro:

Saimos de Bordéus, Lisboa (Expo 98), Algarve (Praia de Altura), Alicante (1 semana), Madrid, Bordéus (de passagem), Paris, Luxembourg, Amsterdam, Hamburg (Ferry para a Filandia = 36 horas), Mikili, Helsinkia, Saint-Petersbourg (suspenções novas), Helsinkia (Ferry de volta para a Alemanha), Hamburg, Berlin, Amsterdam (A Maria apanhou um avião de volta para Saint-Petersbourg e eu continuei para Sul), Bruxelas, Paris, Bordéus (Fechei a casa para o resto do Verão), Biarritz (Grande surfada numa paria onde davam à costa antigas munições da WWII), San Sebastian, Bilbao (perdi-me no País Basco), Santiago de Compostela, Braga, Porto, Lisboa! 25.000 Kms em 6 semanas!!!

Em Maio de 99 fomos e voltamos a Venesa passar os anos da Maria (fiz duas directas seguidas a conduzir, não repito a façanha!), os pontos altos foram os camionistas a passarem-se com a Maria a apanhar Sol em Topless no carro e quando o talão da portagem voou pelo tecto de abrir. Se contasse pormenores desta viagem o post não acabava.

Durante os 18 mêses em Inglaterra fiz 30.000 Kms a... Entregar pizzas! Sim, isto de ir estudar para fora não é nada barato!

Tudo isto (e muito mais) se passou neste automovel.


O verdadeiro InvisibleMobile.

Está parado à porta de minha casa há 6 mêses (mentira, há quase 1 ano). Em 2001 eu e a Maria separamos-nos e eu comprei a metade dela do Carro, mas só o fui buscar a França um ano depois de já estar de volta em portugal.Sei que não o vou deixar morrer ali, a inspecção só é válida até Abril, vou ter que o levar um Fim-de-semana a frança para refazer a inspecção e regularizar a minha situação (do ponto de vista dos franceses eu ainda moro lá) para depois passar a imatriculação para Portugal... Mas neste momento não tenho disponibilidade para me ocupar dele...

É que agora tenho um novo amor, não me canso de falar dele...



...e o título do post seria

21-44-JM

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PS: Estou-me a passar com o erro sistemático que isto está a dar no URL das fotos!!!



Spot the difference!

Hoje fui ao cinema em casa, com pipocas caseiras (já consigo não queimar o tacho!!), sala às escuras e Dolby Surround Sound.

Vi o meu filme favorito BLADE RUNNER, que é provavelmente o único culto que cultivo. Sem dúvida o meu record de ver um filme, acredito já ter visto este filme mais de 100 vezes (Sim, mais de 100 vezes.)

"A questão se Deckard é um Replicant ou não tem suscitado mais controvérsia na Internet do que a existência de Deus". (Frase retirada de um dos meus vários livros sobre o filme Blade Runner).







Isto é a internet, a informação está no clic do rato. Os melhores sites que descobri sobre este filme estão aqui, aqui, aqui e aqui. Para mais informação é só procurar aqui.

A band sonora é de Vangelis e também se recomenda.



sábado, janeiro 29, 2005

Então foi assim

Saí de Lx e fui directo a Mértola


Apanhei uma multa mas vi um Pôr do Sol fantástico.

(Depois fui para Sevilha fazer interferências, fiz algumas)


No dia seguinte já estava em Jerez de la frontera e voltei a estacionar o InvisibleMobile numa Paragem de Autocarros, só para chatear.


No caminho para Algeciras parei num café com sabor especial...


e vi uma cegonha!


...e um estranho mausoleu...


Em Algeciras vi um carro muito Bimbo (Vi vários).


Mas daí a pouco já tinha Gibraltar no Horizonte


Encontrei um primo que parecia um Buda com pêlo.


Estava lá uma familia numerosa, aproximei-me e...


Fiz um amiguinho!


Ficamos a ver o Pôr-do-Sol


Depois decidi ir até Espanha


e encontrei um local bestial


No regresso conduzi muito, e acordei na Auto-Estrada


Apanhei um frio desgraçado


Mas estava quase a chegar...


Ainda fui à esplanada


com as minhas meias novas


...e à noite matei as saudades que tinha de ver o Pôr-do-Sol sobre a baía de Cascais.

BN-89-82

Hoje vi um PacMobile, igualzinho ao meu... Que saudades, o meu PacMobilezinho que tanto me acompanhou. Foram tantas aventuras que até viajei durante aqueles breves segundos em que hoje me cruzei com ele. Voltei para casa e fui aos caixotes dos tesouros, aqueles ainda meio por desempacotar. Sabia que tinha uma diskette (ainda uso) com uma foto scanada dele na Priory View Road.Lembro-me do trágico dia em que o vendi, a um dito negociante de automoveis de colecção que encontrei nas páginas amarelas. Esperei a manhã inteira e ao fim da manhã ele apareceu, com um reboque equipado com uma grua hidraulica assustadoramente aplicada num braço mecânico enorme. Tinhamos combinado 30 Libras, e enquanto ele preparava a grua eu desaparafusei uma das matriculas que ainda hoje tenho algures. Depois vi-o partir, e com as 30 Libras comprei a bicicleta da namorada do meu vizinho, uma catárse necessária.

Voltando à vaca fria

"Sou simplesmente um Ateu, que é incapaz de conceber, mesmo por simples construcção mental, a existência de um Deus"



José Saramago

(in Revista UNICA, Expresso de hoje)



sexta-feira, janeiro 28, 2005

"Sim, Senhor Ministro"

Sempre tive alguma queda para competições, seja eu a participar seja a acompanhar as competições dos outros. No segundo caso e nos meus momentos de indulgência pessoal acompanho o campeonato de marcas de Formula 1 (o de pilotos perdeu o interesse), os Oscars (porque gosto de Cinema e até faço umas previsões acertadas), o campeonato nacional de Futebol (sobretudo desde que o Estoril Praia joga com os grandes), a liga dos campeões (porque gosto de ver futebol de qualidade), as misses (por razões obvias), as eleições americanas (porque não pára de me surpreender o quanto vai longe a estupidez humana) e a performance dos meus concorrentes (porque disso depende o meu sucesso profissional), entre outras competições do dia-a-dia...

Uma competição que me vai certamente agradar acompanhar serão as eleições no Iraque, e outra que me vai (des)agradar acompanhar serão certamente as eleições legislativas em Portugal.

Ora em género de empurrão para a campanha eleitoral que se avizinha e que irá entupir-nos os olhos nas semanas que se aproximam, está presentemente em curso uma competição num dos blogs preferidos (este) do "Invisible" (Já explico porque é um dos preferidos).



Nesse blog, promovido pela terrorista mais inóqua da Blogesféra mas que consegue ver a política pelos meus olhos (Voilá), vota-se em políticos Portugueses, nas seguintes rubrícas:



O Pior Político

O Pior Ministro

O Mais Demagogo

o Mais incompetente

O Mais Incómodo

A Melhor Oposição

O Mais Desejado

A Pior crise

A maior Tanga




A escolha é variada e amplamente colorida.



Para participar basta clicar aqui e seguir as instrucções!



Vamos a votos, viva a Democracia!!!

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quinta-feira, janeiro 27, 2005

http://nofundodagarrafa.blogspot.com

"Alô?"

Olá, como vai isso? Recebeste a minha mensagem? Pois e então...? Olha que o teu link está a ganhar teias de aranha lá no meu blog... pois, pois... Ó pá, nem que seja só uma palavrinha aqui e uma frase ali, comenta, cita, copia cenas doutros blogs... Ahh.... sim, eu lembro-me de me falares disso, pelos vistos está tudo na mesma...? Épá, lamento ouvir isso amiga, nem sei que te diga... Mas estás a trabalhar, e isso ocupa-te para não desanimares. Ah é? Então hoje é festa, dá-lhe os meus parabéns... como estão os teus putos (ou são putas?) ha, ha, ha... tenho que conhecer essas feras. Sabes, tenho-me lembrado bastante das nossas aventuras no Chile, faz um ano por esta altura não é? Podes crer, curti à grande... Lembras-te da gaja que a gente levou para o Hotel... Pois foi, os outros deram o corpo ao manifesto e eu é que dei a cara... ha, ha, ha... Ah... pois foi, estive fora e não deu para aparecer. Conta, conta... Sim, claro que me lembro... e o que é que ela disse? Jura! épá Mafalda, combina lá isso então. Ok, fixe! Bom, de resto olha, coragem... andamos todos ao mesmo, todos no mesmo barco... Podes crer! Sim, mas alguns remam mais do que os outros que só vão à boleia... Ok, eu também, estou a conduzir e ainda me espéto... Beijinhos, força nisso. Ok, estás à vontade, está sempre ligado. Beijinhos...

Wipps & Chains

I got this one in English, so it goes in English: Apparently there’s a chain going on blogworld, one of those that “if you don’t send it to 4 people your dick will fall off”. Well, I like my dick very much where it is so, here’s my contribution, the ball in your court now.



Have you ever used toys or other things during sex?

Yes…

Would you consider using dildos or other sexual toys in the future?

Yes, of course!

What is your kinkiest fantasy you have yet to realize?

To fuck the brains out of an Alien

Who gave you this dildo?

The Dildo Girl

Who are the ones to receive this dildo from you?

Dildo 1, Dildo 2, Dildo 3 and Dildo 4



…and if you decide not to answer these questions, I don’t really care!

Laughing Out Loud

Fartei-me de rir com esta, encontrei este link seguindo aquele caminho mágico que é ir de blog em blog clicando aleatoriamente nos links exibidos por cada um... Pequenos prazeres lúdicos para aliviar o stress do quotidiano.

O País está perdido!

Já tive oportunidade de dizer que a política não interfere com este blog, aliás já há muitos blogs por aí a preocuparem-se com esses assuntos tão pertinentes (passo o sarcásmo)

Mas alguns assuntos ou situações da vida real, por vezes indirectamente ligadas a aspectos da realidade política, interferem o suficiente para me fazer passar bastante do meu tempo a contemplar a realidade, a desejar ser mighty powerful para mudar algumas coisas e fazer disto um mundo melhor, enfim, são meras fantasias minhas, esquerdisses, como diria o meu colega LAM...

O seguinte texto foi retirado do Escrita X, sem autorização do RanTanPlan (Desculpa lá meu!). Neste texto está a prova escrita, publicada e irrevogável que nem todos os portugueses passam a vida a deixar andar... Só é pena serem tão raros.

Tivessem os nossos políticos um espírito desta natureza e talvez se começassem a ler coisas interessantes nos blogs que por ai andam a comentar politiquisses de trazer por casa.



«O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»



Escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número d'As Farpas.



Bom, e dia 20 o País vai a votos... O quanto não preferia eu poder votar nas eleições do Iraque em vez de ter que votar aqui nesta fantochada (sim, your's truly pode ser politicamente ausente, mas não deixa de ser democrata)

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quarta-feira, janeiro 26, 2005

...ora, crise de identidade!

Constata-se que o Interferência Sensitiva mudou a cor do Background... É possivel que mais algumas mudanças se venham a produzir nos próximos dias, é que ao contrário de muitos blogistas, eu não sou Hip em HTML... Mas confesso que não acho a coisa nada dificil, é só uma questão de um gajo se dedicar a isso, ora isso requer tempo, ora tempo não há (veja-se que fui logo apedrejado só por ter ido à esplanada uns minutos), ora como não há tempo, não há ser Hip em HTML.

Assim, explicação da mudança é simples, o azul é indiscutivelmente a minha cor favorita, visualmente claro, por isso tinha escolhido aquele template azul... ora acontece que o azul em questão era meio deslavado... Seja como for, as cores mudam, mas o conteudo é o mesmo.

Cyber home sweet home - Última etapa

Saí do tal POP - Cybercafé com a música a trautear-me na mente... Estava frio, lembro-me de pensar que o frio tráz um valor acrescentado a Monte Gordo. Dei uma voltinha por lugares onde não passava há muitos anos... Não eram ainda 23h... em 3 horas ponho-me em casa, que se lixe se estou cansado, amanhã tiro o dia... N125, vazia, escura, fria e perigosamente rápida, Praia Verde, Altura (memórias), V.N. de Cacela, Tavira... Um ouriço caixeiro evitado de justeza (pensei que hibernavam) e uma jante raspada na berma do passeio, um tasco aberto, um café curto e o silêncio dos poucos presentes a observarem o meu sorver da chávena suja. Quanto é a bica amigo? Desculpe lá só tenho assim... Olhe, dê-me um daqueles CDs para ajudar o troco... Um qualquer amigo, o que estiver mais perto! Um arranque a patinar e um boa noite a que não me responderam a ecoar na minha STM... Uma tabuleta azul surgida de uma curva apertada, Estou com pressa para chegar aonde? Uma saida para a Via do Infante, fria, escura, deserta, perigosa... A entrada da auto-estrada perdeu-se no tempo, no sôno latente, estou mesmo cansado, é só mais um esforço... 150, 170, 180Km/h... Galp, cartão frota, -4Cº F***-se, tá um frio do C***lho! Constato que detesto o sabor de Red Bull sem Vodka! Se calhar devia ficar ali fora a dormir um bocadinho no carro, mas está um frio desgraçado, e depois quem me acorda? Um café num copo de plástico, um cigarro, cinza p'r'ó chão, os títulos dos jornais de amanhã, uns farois nos máximos, um carro que pára ao lado do meu, riscas fluorescentes, coletes fluorescentes, passos curtos por causa das emorrodias, cumplicidades de quem trabalha na noite "Então ó Quim, há novidades?" O Quim responde algo de imperceptivel... Pre-sinto a aproximação de mim: "Boa noite, o carro é seu?... O Shô há bocado passou por nós em excesso de velocidade... Então levante lá o pézinho que a estrada está perigosa... Boa noite..." A lua reflete-se no pára-brisas acabado de limpar... 180, 200, 210Km/h... e mais que o carro andasse... A estrada não é perigosa, só é perigoso quem nela anda... O noticiário da 1:00, O sôno fáz-me pingar, ainda me espéto... 120, 110, 70Km/h... Abençoadas guias sonóras (para sua segurança). Janelas abertas e rádio aos berros, a memória de fazer skiming na maré vaza de Tróia perdeu-se na tabuleta, o escaldão na praia da Comporta perdeu-se no Verão, a Maria Odete em Topless perdeu-se nas minhas mãos... Outra Galp... 3 segundos perdidos a reclinar o banco.

Bom dia Sol, obrigado por me acordares.

Continua um friop desgraçado, não tenho fome, vou esticar as pernas e lavar a cara... Já há gente na estrada. O CD que comprei é giro (Lloyd Cole & The Commotions - Mainstream), já não o ouvia desde que andava no 9º ano... Ponte Velha ou Ponte Nova? Vou levar com trânsito de qualquer maneira... Um BMW dos mais baratos espetado na portagem, Palmela, Cristo Rei ao fundo... Como é bonita a Cidade vista da Ponte. A5 engarrafada para entrar em Lisboa, reconheço-me naquele pára-arranca todas as manhãs, mas hoje vou em sentido contrário... Carcavelos, Via verde a 120Km/h, Obras, Estoril, S. João do estoril... Casa, festinha na gata, cama, dispo-me depois, quando acordar...

terça-feira, janeiro 25, 2005

POP - Cybercafé com um toque de House

A paisagem desfilou rápido demais no escuro da janela... uma paisagem que não é minha, que não sinto. Insistentemente passa-me pela cabeça a fixação em pessoas com quem me cruzo e que nunca mais vou voltar a ver. É certamente um sentimento derivado de tantas pessoas (tantas) com quem me cruzei na vida, no meu percurso, pessoas que interferiram comigo e que me fizeram falta a um ou outro momento dado.

Fiz uma nota mental de voltar a Gibraltar de mota, talvez lá para Abril, talvez por altura da concentração de Jerez de la Frontera (sim, agora sou motoqueiro, tenho que fazer estas coisas, ou no minimo planear faze-las...). De qualquer forma o trabalho obrigar-me-á a lá voltar.

Não parei, nem em Jerez nem em Sevilha, nem vou pensar mais nisso... Eu já devia saber que mais tarde ou mais cedo me sentiria arrependido, sem saber mesmo porquê (por acaso sei, mas não me apetece falar sobre isso agora, afinal de contas, basta ler os meus posts dos últimos dias para me caricaturar suficientemente de louco varrido.)

Não parei porque ela não atendeu o telefone, possivelmente não deixei tocar vezes suficientes, não deixei, deliberadamente, talvez...

Não parei porque mesmo que todos os meus instintos animais me empurrassem para a saida da autoestrada, havia algo que me puxava com mais força de volta para Portugal, sem nacionalismo ou patriotismo, mas sim por bairrismo, porque aqui conheço as regras do jogo, desenrasco-me bem, dropino o que for preciso para me desenrascar, sobrevivo melhor... Aqui não me sinto sozinho, pelo menos não tanto...

Não parei porque não quiz.

O InvisibleMobil portou-se bem, alguns excessos de velocidade mas nada de grave, tinha urgência em chegar aqui. Ainda há 3 dias aqui estive e embriaguei-me com a ideia de que assim que aqui chegasse poderia viver a ilusão que não cheguei a sair daqui.

Quem me dera não estar tão cansado para poder continuar viagem para lisboa, está tão perto mas ainda tão longe.

Vou dormir por aqui e continuo de manhã, um hotel, de preferência com um canal de noticias para me fazer adormecer...

Õ ideal seria poder levar comigo a música fantástica deste cybercafé, algo que contribuiu bastante para eu querer voltar aqui, apesar de não gostar da cidade (Monte Gordo é cidade?)



More later...

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Cyberspeed - (Bazado)

Four down, home to go!



Que dia fantastico, parece Verao...



Estou despachado destas paragens, as cenas que tinha que fazer e as pessoas com quem tinha que falar ficaram para tras, correu tudo bem (Uma das minhas interlocutoras E um borracho, que borracho, ia-me fazendo misturar o Cognaque...)

Ja estou em espanha de nuevo, passei aqui para fazer um registo do dia so far (ja estava farto de falar bifez com toda a gente) e depois sigo para Sevilla, quero aproveitar a luz do dia, a ver se la chego a horas mais decentes que da outra vez.

De resto o fato ja saltou para a bagageira, foi uma aventura mudar de roupa na fila de espera para acesso a fronteira.

Conheci uma senhora, Portuguesa, que mora em Gibraltar ha 19 anos, o marido foi um dos que foi na leva de desempregados da Lisnave em 82... emigraram para aqui e tEm 3 restaurantes, onde E que o desempregado comum portugues tem estaleca para virar costas ao pais e procurar sucesso noutras paragens... um caso para reflectir.



Nao sei quem me enviou a mensagem com uma imagem animada ontem, mas agradeco, ainda me fartei de rir com a animacao... (Gostas pouco, gostas...)

Fiquei A espera que alguem se arriscasse nos desejos de boa noite, ou de bom dia... Para desejos de boa viagem ainda vai a tempo...



De facto um viagem simples como esta pode ser transformada numa aventura, tudo depende de como se sente o que se ve... ou de como se ve o que se sente. Sinto que vou embarcar numa aventura, a adrenalina faz-me remexer na cadeira e escrever mais rapido que E costume.



Partida, largada, fugida!



More later...

Cyberspeed (Questionado)

Sera que nao devia ter pedido o whisky duplo?

Sera que me vou cruzar com a Guardia Civil?

Sera que a fronteira para Gibraltar fecha de noite?

Sera que estas viagens solitarias contribuem para enriquecer o caracter?

Sera que os Espanhois nao sabem falar mais baixo e "de espacio"?

Sera que a tao falada vaga de frio vai chegar aqui como a radiacao de uma guerra nuclear - invisivelmente mortifera?

Sera que vou adormecer a sorrir?



As ondas artesianas trazem-me neste momento uma interferência fantastica, uma das melhores e mais bonitas, que me inspira, que me transporta para outra dimensao...



A banda sonora do meu filme de culto preferido: Blade Runner



All those moments will be lost,

in time,

like tears,

in rain...



...time to die.



Boa noite

.

Cyberspeed (despreocupado)

Estao confirmadas as datas dos concertos da tournee europeia...



June 10th Brussels - King Baudouin Stadium

June 12th Gelsenkirchen - Schalke Stadium

June 14th Manchester - City of Manchester Stadium

June 18th London - Twickenham Stadium

June 21st Glasgow - Hampden Park

June 24th Dublin - Croke Park

June 29th Cardiff - Millenium Stadium



2nd July Vienna - Ernst Happel Stadium

5th July Katowice - Slaski Stadium

7th July Berlin - Olympic Stadium

9th July Paris - Stade de France

11th July Zurich – Letzigrund Stadium

13th July Amsterdam – Arena

19th July Milan - San Siro

23rd July Rome - Olympic Stadium

27th July Oslo - Vallehovin Stadium;

29th July Gothenburg - Ullevi Stadium

31st July Copenhagen - Parken



3rd August Munich - Olympic Stadium

5th August Nice - Parc des Sports Charles Ehrmann

7th August Barcelona – Camp Nou

9th August San Sebastian - Anoeta Stadium

11th August Madrid - Estadio Vicente Calderon

14th August Lisbon - Alvalade



Quem vai ver os U2 no proprio dia de anos, quem é quem é ???

.

Cyberspeed (Continuado)

...ocorre-me citar a minha banda favorita:



Lately, I can stand to hear other people talking

So many empty conversations

What a waste of lips



Lately I can stand to stand on Primrose Hill

Look down upon the city

A heart pumping the roads



In our racing stripes

We rejoice at being "connected"

Without touching

Thank god for the internet



We stare at our screens

All our lives

What a waste of eyes

'Till the electrical storm blows our fuses

And we gaze, dumbfounded, at the rain



All the trust and tired care

Left to rust and go nowhere

All this gold beneath my skin

Sparklin' like sin somewhere within

In so deep

In so deep that

I can't sleep for these interior Lu lu lu lu lus



As vezes surpreendo-me a mim proprio, tanto e tantas vezes.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Cyberspeed (revisitado)

Onde ha um Portugues, ha sempre dois ou tres...

Neste caso havia 2 na rua com sotaque do Puerto e 4 no Restaurante com sotaque de camionista. Comigo faz a conta certa !!!

Passou-me pela cabeca que nao estou sozinho nesta viagem, foi um pensamento muito agradavel e que me fez voltar aqui ainda hoje, nao ha 92 canais que substituam estar aqui agora.

...e se alguem me quizer desejar boa noite, ou bom dia, pode ser no pessoal aqui: How are you? a conta certa HUB HUB ou no profissional aqui: How are you? (herbie+13) Space HYB Space

A soma dos 2 dá 1834087422

De resto agora vou ler um bocadinho as palavras dos outros...



Cyberspeed - Cybercafe

Nunca pensei que vir a espanha seria uma lufada de ar fresco... esta cidade chama-se La Linea de la Concepcion, E o que estA do lado de ca da fronteira.

A minha tarde nao correu nada como eu tinha planeado, cheguei ao gajo das binas e ele recusou-se a alugar-me a tal scooter, assim, sem explicacoes nem satizfacoes: "Sorry mate, I'm not renting to you..." fiquei parvo, mas para quem me conhece o sangue quente ate que fui bastante cordial: "I'm not your fucking mate, and it's a shitty bike anyway". Mas permitam-me ser eu proprio aqui no ecran antes que la volte com um cocktail molotov...

FILHO DA PUTA, AZEITEIRO, CABRAO, VAI APANHAR NO CU, PANELEIRO, BIFE DE MERDA!!!

Bom, posto isto nao poderia permitir que um anormal que nao joga com o baralho todo (segundo me disse o gajo da loja ao lado) me estragasse a tarde e boa disposicao, se nao vou de mota vou de carro!

La arrotei as 8,50 libras para subir ao calhau de carro e siga a marinha. A vista E fantastica, tomei um cafezito mitrado numa esplanada com vista para... Marrocos!

Depois andei um coche a pe mas aquilo sobe que se farta, voltei logo para tras, ofegante (ai a idade), felizmente tinha uma garrafa de agua no carro (cuspi fora todos os cigarros que fumei na viagem)...

Chegado aos macacos aconteceu exactamente o que me tinham dito, parei o carro e logo dois "primos" subiram para o capot (fotos da bola!)... Depois sai do carro e resisti A tentacao de lhes dar o resto dos pacote de bolachas que anda perdido por baixo do banco do pendura. Tirei mais fotos, uns close ups que espero tenham ficado fixes.

Dizem que pisar merda de cao tras dinheiro... O que trara pisar merda de macaco?!...

Continuei a andar e acho que reconheci algumas estradas onde foi filmado o James Bond "The Living Daylights", aquele com o Timothy Dalton. Depois o vento comecou a levantar-se de forma insuportavel, tirei umas fotos ao por-do-sol por descargo de consciencia e voltei a descer... Gibraltar tem umas ruas muito estreitas, tipo bairro alto, a claustrofobia comecou a apertar e lembrei-me da vasta area de espaco aberto que se via la de cima para o lado Espanhol... Nem fui ao Hotel, atravessei a pista do aeroporto (perdi a prioridade para um Airbus 300-310 que passou a travar com os pneus a chiar (nota mental para nunca aterrar nesta pista minuscula)).

Tao bom estar em Espanha, de repente apercebi-me que por muito que tenha assimilado as culturas de outros paises, acabo por ser latino (com pinta de arabe aparentemente).

Deste lado esta tudo sempre em Fiesta, ha movimento, ruas cheias de cores e luzes e gente a passear, ha cafes simpaticos em cada esquina e a internet E bem mais barata.

Vou ver se descubro um restaurante onde nao note que estou a jantar sozinho e depois logo vejo onde vou (eventualmente terei que voltar para Gi-fucking-braltar. Tenho 92 canais no meu quarto, imagine-se!



More later...

Cyberworld (Revisitado)

Sai da porta ca para fora e o Sol brilhou para mim, brilhou como eu. Parece que noutras paragens esta um frio desgracado... Aqui estao 21 graus.



Two down, two to go...



Voltei ao Hotel e tirei o fato, se nao tivesse que o vestir amanha outra vez nao o teria pendurado. As minhas camisas que tinha pedido para serem passadas a ferro ja la estavam tambem.



Desci as escadas vestido de novo, vestido de mim, calcas de bombazine com bolsos laterais nas pernas, sapatos de vela, camiza de ganga e blusao de cabedal, sempre blusao de cabedal! Tenho o resto do dia para mim, um calhau enorme para explorar e mil fotos para tirar... Descobri uma loja que aluga motas (aceleras) por 20 libras por dia, negociei meio dia com o gajo e vou la buscar agora a motita para ir dar um giro, vou a Espanha levantar guita que sai mais barato e depois volto e vou ver as vistas de la de cima do rochedo (tao alto e imponente), vou ver se vejo os macacos...



O Sol e o Mar estao a interferir comigo, que bom!

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GIBC - Cybercaf'e

One down, three to go!



Isto de dia E mais animado, mas continua a ser um lugar muito pequeno onde toda a gente se conhece. Pedi direccoes para ir a um lugar e disseram-me que era muito longe para ir a pe... fui de carro, demorei 3 minutos a la chegar e 10 minutos para estacionar.

Partilhar... sim, gosto disso, mas nao na forma simplificada de relatar o que vejo e o que faco... partilhar vai mais longe, vai tao longe como o que sinto ao olhar para o mar. Nao da para escrever isso. De qualquer forma tenho a certeza que assim que subir o morro vou ter muito mais que dizer.

Neste momento a componente Cognaque ficou no Hotel a marinar e a componente Servico entrou a matar esta manha!



More later...

.

domingo, janeiro 23, 2005

Cafe Cyberworld - Cybercafe

Para quem ainda ontem estava a desejar estar de volta em Inglaterra nao esta nada mal... Estou efectivamente de volta em terras de Sua Magestade, mas com um delicioso toque terceiro mundista que retira da equacao a arrogancia inerente aos bifes (aos genuinos), os de Gibraltar sao hibridos espanhois.

Tenho estado a tirar umas fotos bem fixes, depois publico (il n'y a pas ni d'accents ni de "C" cedille sur ce clavier).

Em Algeciras ia arranjando confusao com um pessoal num carro tunning da bola por causa de uma prioridade... Bazei logo, o InvisibleMobile mesmo a diesel ainda ripa nas horas do caracas quando e preciso! Depois... cheguei.

Isto e giro, chegei ainda de dia mas tive montes de problemas na fronteira, acho que esta historia da pera-e-bigode faz-me parecer arabe...

Instalei-me num hotel com quartos razoavelmente bem equipados e com uma cama de casal enorme.

Troquei uns Euros em libras e nao posso deixar de me sentir estranho a ter nas maos outra vez notas com a fronha da Isabel II escarrapachada.

(O que me faz lembrar que este netcaf e muito caro, vou ser breve)

O arrependimento que nao senti hoje de manha esta a vir a tona agora, possivelmente combinado com um sentimento de culpa por nao ter respondido ao sms que ela me enviou durante a tarde... Vou responder mais logo (porra, falo espanholez arranhado mas escribir esta quieto.) Enquanto dava as minhas voltinhas na net comi um Shish Kebab para matar saudades (enchi o teclado de chili sauce) e bebi um Pint de Stella Artois. Ainda nao sei onde vou beber um copo quando sair daqui, vou simplesmente seguir a tecnica que inventei em Budapeste: Paro numa rua central a fumar um cigarro, observo os vais e vens de quem passa, depois discretamente sigo alguem que me pareca interessante e deixo que me levem para onde quer que (elas) vao...

Continuo a sentir que gostava de estar a partilhar o momento, a comentar as coisas que vejo... Agora fuga!

The Big Orange - Cybercafé

O prompt do Blogger está em Espanholêz e o teclado também, ó p'estas teclas: Ñ¿Ñ¿Ñ¿Ñ¿Ñ...

Lá fora o nevoeiro leva-me para outras paragens... Estou no Sul da Europa, é suposto ser quentinho aqui.

Sempre pensei que Jerez de la Frontera era no norte de Espanha.

Ontem acabei por conduzir até Sevilla, a estrada é boa e por experiência sei que Huelva ainda é pior que o Algarve.

Ao chegar a Sevilla tive uma sensaCAo estranha, lembrei-me de como a minha vida era tAo diferente em 92... Nem vim A ExposiCAo Universal.

Sábado A noite, encontrei um Hotel fixe bem no centro (Hotel Becquer), apesar do briol a cidade estava cheia de andamento, e mesmo que me tenham roubado uma hora do relógio ainda fui sair, dei a volta ao quarteirAo e entrei num bar chamado Valmont, numa transversal da Calle Reys Catolycos.

Depois... bom, depois parece que a nuvem negra que me tem vindo a acompanhar desde o VerAo se comeCa a dissipar...



Chevry: Esta foi dedicada a ti, já alguma vez te tinham dedicado uma coisa destas? NAo causou grande interferência mas em prol da continuidade, aqui vai:



34...28 - Silvia - Sevilha - 6/9 - n/a



De manhA nAo acordei com sensaCAo de arrependimento o que foi um bónus enorme. A conversa fluiu "100 vergonhas" e sem esforCos, e o meu bichinho aventureiro nAo descansou enquanto nAo segui viagem.

Resta saber como vou justificar os 17 Euros de um "desayuno Extra" na factura do Hotel...



PeCoLa: A fórmula é simples: Se está escrito na primeira pessoa tens um relato de factos reais, se está escrito na terceira pessoa tens o fruto da imaginaCAo.

Já foste dar uma volta ao "One in a Million"? Tens o link na coluna do lado direito. Se é trabalho ou férias sAo pormenores, incidentalmente é uma viagem de ServiCo, mas que só comeCa na segunda-feira em Gibraltar, até lá chegar é Cognaque!

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sábado, janeiro 22, 2005

POP - Cybercafé

A estrada trouxe-me até aqui... Saí de Lx já depois do almoço, atrazado...? não necessariamente. Saí quando me apeteceu, só tenho que estar em Gibraltar no Domingo ao fim do dia.

Passados 100 Kilometros de auto-estrada o céu azul convidou-me a entrar pelo Alentejo dentro, sem destino traçado, só seguindo em direcção ao Sul (para variar das incursões ao meu Norte, o tal que me corre nas veias)... Guiado pelo Sol e sem paxôrra para desdobrar o mapa fui seguindo como se fosse de mota em verdadeiro Lone Rider Cruising. Aqui há uns mêses teria enviado um SMS à Maria Odete a perguntar "esquerda ou direita?" Ao que ela respoderia "Esquerda, sempre esquerda" e eu lá seguiria o caminho intuido por ela. Essa cumplicidade que eu tanto estimava desapareceu e eu detesto-me por isso, por ter permitido que desaparecesse... Águas passadas enfim.

Passou-me pela cabeça se a PeCoLa iria apreciar uma mensagem assim, o destino alheio nas mãos dela... Que responsabilidade!

Passei por Beja e não parei, passei em Mértola 10 anos depois de ter estado na Mina de S. Domingos a fazer pára-pente com o Vinix e com o Repato, parei e tomei um café numa esplanada a ver o por-do.sol sobre o Castelo e a observar um GNR aplicadissimo a passar-me uma multa por ter estacionado na paragem do autocarro...

Pequenas loucuras que só a mim entretêm.

Segui viagem noite dentro e vim aqui parar, a estrada trouxe-me até aqui, até Monte Gordo (como se eu não soubesse que eventualmente iria encontrar o Mar).

Detesto este lugar, felizmente não é Verão e não há parôlos, mas estou mortinho por bazar daqui para fora... vou dormir a Huelva, ou a Jerez de la Frontera, não sei, se calhar vou acabar a dormir outra vez no carro.

Gostava de não estar aqui sozinho, mas é um sentimento habitual que se tem quando se está sozinho num lugar que não é o nosso... Podia ser pior, podia ser um lugar que estivesse a causar uma interferência, aí sim já seria um sentimento mais intenso.

A empregada deste cybercafé disfarçado de Bar é gira (claro que reparo nestas coisas), estivémos a falar um bocadinho ao balcão antes de eu me sentar num PC... é incrivel, um universo inteiro de informação aqui disponivel e no Bar ao lado está tudo a ver futebol.

Se a música continua a interferir assim vou acabar por ficar aqui, ou então apanho um avião e vou a Londres reviver o passado, talvez no "Dog Star" em Brixton, ou em Camdentown, ou em Leicester Square...

A realidade é que estou aqui e com vontade de me ir embora, vou pedir a conta.





sexta-feira, janeiro 21, 2005

ouvido sexta à noite ao mastigar a minha pizza

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Os Géninhos andaram finalmente aos tiros no Iraque... Agora já têm desculpa para lá terem ido, e mais ainda para se virem embora!



Debate fantástico na SIC notícias: Louçã v/s Portas



Nota: A política não interfére puto com este blog (e a religião muito menos)!

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&%@#!XPTO$#@!&%!!!!

Até parece bruxedo, como costuma dizer um colega meu.

Tenho um poema da série "Debut" que queria publicar mas que andava perdido no meio das minhas tralhas... Encontrei-o finalmente no fim de semana e transformei-o em formato digital imediatamente... depois foi o descalabro.



2ª Feira o meu Laptop morreu, literalmente!

3ª feira foi o pânico de ter perdido o trabalho de 2 anos (Back ups? O que é isso?)

4ª Feira passei o dia a preparar a viagem a Gibraltar (vou amanhã e volto 4ª Feira da semana que vem)

5ª Feira foi aprovada a compra de um novo Laptop para mim (entregue em 2 semanas, mais pânico), à noite em casa lembrei-me que tinha o tal "Debut IV" numa pen...

6ª Feira... Pôrra! &%$@#XPTO?%$&#!!!!! Esqueci-me da P&$#&%@ da pen em casa!



Até tinha feito uns postzitos aqui em baixo a relatar o dia em que escrevi esse poema, num Coffee-shop de Rotterdham, para criar ambiente...



Talvez um dia post aqui os acontecimentos após ter saído desse coffee-shop, Hence, relato a história "Do princípio..." "...até ao fim!"



quinta-feira, janeiro 20, 2005

Jezirah Island - Cairo

Um episódio que me lembro, um que ainda é recente mas que como tantos outros se perderá seguramente nos meandros do tempo...



A cidade surpreendeu-me tanto pelo tamanho como pela imundisse. Se da minha ampla varanda no 14º andar avistava o explendor exótico do Cairo, quando andava na rua via o 3º mundismo a empregnar-se nos meus olhos.

O carregar no botão do elevador era como entrar numa máquina do Espaço que me levava do luxo das 5 estrelas à miséria do mundo em 15 segundos, e outros tantos para voltar.

Foi no meu 3º ou 4º dia, as reuniões estavam todas a correr bem e embora não tivesse tido ainda tempo para ir ver as pirâmides, tinha dispensado o motorista do Hotel e resolvi passear a pé no meio da confusão, nas backstreets (velhos hábitos Londrinos) e nos transportes públicos. O Cairo é um mercado de rua na quase integralidade do centro urbano.

Faltava menos de uma semana para o início do Ramadão (é pertinente saber o quanto importante é para os muçulmanos este periodo, o que significa e quais os pressupostos do Ramadão) o que exaltava a azafama inerente por natureza às cidades de paises muçulmanos.

Após um fim de tarde de passeio e depois de ter esgotado o cartão de memória da minha Olympus procurei o Metro, o Sol punha-se e tinha andado tanto que se deixasse a noite cair não teria um ponto de referencia para saber em que direcção ficava o o Hotel.

Passei por entre mil e um tendeiros que vendiam mil e uma coisas a mil e uma pessoas que passavam também... Avistei uma estação de metro com nome impronunciavel e dirigi-me para lá sem saber em que direcção deveria apanhar o metro.

Quase tropecei nela, aéreo e quatro-olhos como sou nem a vi ali sentada nos degraus da escada... Vestida de negro e de negro véu a cobrir-lhe o cabelo, se olhasse de relançe poderia tê-la confundido com um saco do lixo fora do caixote, o que aliás seria perfeitamente enquadravel no Cairo, se lá houvessem caixotes do lixo...

Fui tomado por um sobressalto, onde passaria aquela velha senhora o Ramadão? O que comeria? Com quem partilharia a migalha que esmolava? Quanto ganharia por cada pacote de lenços de papel que vendia pela melhor oferta, por umas moedas soltas no bolso de alguém?

Evitei-a e continuei a subir os degraus tentando ignorar aqueles pensamentos.

Foi mais forte do que eu, amaldiçoei a minha consciencia moral e voltei para trás antes que a culpa brotasse dos meus olhos... Desta vez olhei-a de frente, cara enrugada e suja, óculos de armação de massa e lentes riscadas, um leve sorriso escondido em olhos de "petit chien batu"...

Disse-me qualquer coisa em árabe, não preciso de falar a lingua para saber o que me disse... Abaixei-me e peguei num pacote de lenços de papel, tirei o meu molho de notas do bolso das calças e coloquei-o na mão que continuava estendida... Não sei porque o fiz, tentei não acreditar que o meu gesto me fazia sentir superior ou outra idiotisse desse género... Toquei-lhe na mão e com a outra mão mantive a mão dela no meio das minhas, um ou dois deliciosos segundos... Por mais que escreva não poderia nunca transmitir o que senti... Lembro-me de quase me arrepender do meu gesto quando tive que voltar a pé para o Hotel por não poder pagar o bilhete do metro... Passou-me pela cabeça que comprei o direito de lhe tocar, de lhe transmitir um toque humano. Não sei quanto dinheiro lhe dei, sei que foi muito, mas sei que não foi bastante, mais que tivesse comigo e mais lá ficava. Deliciei-me a imagina-la a comemorar o Ramadão, talvez com um neto, um puto como eu...

...até ao fim!

Desliguei o telefone e pousei-o na mesa. Pedi outro café... Se ao menos vendessem alcool nos coffee-shops... Continuei sentado, tinha acabado de negociar ao telefone mais 20 minutos de tempo para mim, tempo do "eu" despido do "nós". Sentia-me bem, cansado mas tranquilo. Sentia também um misto de euforia mental misturado com entorpecimento físico, ou era do frio, ou era o "Doom Flower" a contribuir para ampliar as sensações.

Peguei na base do copo e tirei a caneta da Amnistia Internacional do bolso... entreti-me a contornar a azul todas as letras da palavra "The Schmurf"... Depois lembrei-me de como tudo tinha começado há 6 anos atrás, lembrei-me do princípio e de como não sabia quando chegaria ao fim daquela viagem. Virei a base de copo ao contrário e escrevi uma palavra: "debut", decorei-a com o número 4 em numeração romana.

Os versos sairam-me de primeira, fiquei contente, não costumam sair de primeira...

Re-li o que escrevi, depois meti o meu novo tesouro no bolso e deixei uma nota de 20 Guilders entalada por baixo da caneca de café. Levantei-me, dirigi-me à porta e saí para o frio da noite...

"Que frio..."

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Do princípio...

Não me lembrava que esta rua era tão mal iluminada..." O taxi que me deixou ali deu a volta na entrada de um portão e passou por mim devagar deixando 2 trilhos escuros no lençol de neve que cobriu o asfalto. Se estivesse em portugal aquela hora ainda seria de dia, mas ali tinha 2 horas de noite a mais, um bonús!

Avançei com passos determinados enterrando a sola das botas na neve fôfa que enrigessia sob cada pegada marcada no chão. Não me lembrava do número da porta, acho que nunca o soube, mas sabia que ia reconhecer o local quando lá chegasse.

Que deserto, não se via vivalma na rua, não se ouvia mais do que uma leve brisa a acariciar os galhos despidos das árvores... Sintia o frio da noite encher-me os pulmões. O fumo do meu cigarro desenhava-se no ar sem esvanecer.

"É aqui!" Reconheceria esta porta de olhos fechados e só cá estive meia-duzia de vezes. Às vezes penso que gostava de conseguir aproveitar melhor esta memória fotográfica com que estou equipado...

"Será que devia ter telefonado a dizer a que horas chegava?"

A campainha tocou sobre a pressão do meu dedo, dois toques curtos, como sempre...



trin, trin...



Depois silêncio.



trin, trin... insisti



Afastei-me. "Não vou tocar mais, devia mesmo ter telefonado, vou ter que secar, está um briól desgraçado!". Continuei a descer a rua, nunca tinha ido para aquele lado da rua e sempre tinha sentido curiosidade para saber o que era o néon que se via ao fundo, depois das quatro-estradas.

Era um coffee-shop, claro!

Passei a porta exterior e bati com as botas no tapete de arame, tirei o casaco para sacudir a neve e entrei.

Dirigi-me ao balcão como se estivesse a entrar no hall da minha casa, de passagem por uma mesa atirei o casaco para uma cadeira e peguei no cardápio... De tantos nomes em Holandês um sobresaiu aos meus olhos ainda não acostumados à meia-luz.

Levantei os olhos e pedi um café, um pacotinho de "Doom Flower" e mortalhas king-size. A empregada era gira...

Sentei-me e entreti-me a fabricar, copiosamente, como um artesão. Passaram uns 20 minutos, em camera lenta, a música interferiu comigo docemente, como eu gosto...

O meu telefone vibrou em cima do tampo da mesa, atendi sem olhar para o visor...

"Olá, chegaste bem? Já estou em casa, vens cá ter?..."

Mind Bomb

Hoje comprei mais um CD para a discografia dos "The The" (Mind Bomb - de 1989, versão remasterizada em 2004)... Não vou impregnar o ecran com as explicações de porque é que gosto desta banda ou que sensações é que a música invoca em mim (muitas, e boas), nada disso. Vou simplesmente solicitar os linguistas que por aí andam e convida-los a passear por estes versos fantásticos.



Transcrevi a integralidade das letras (que se lixem os direitos de autor), e chamo particular atenção para as seguintes faixas em particular:



As 3 primeiras, que se completam e que retratam respectivamente (1) alguma alegoria face à realidade que se vive hoje neste país, (2) alguns pontos de vista com que concordo face à religião (mais sobre este assunto neste post), e (3) algumas ironias sobre a sociedade quotidiana em geral.



Kingdom of Rain, que é um poema maravilhos cantado em dueto entre o Matt Johnson dos The The e a Sin'head O'connor.



Beyond Love, que é provavelmente a canção de amor mais bonita que alguma vez ouvi (já ouvi muitas), um poema digno de algumas Encandescências que por aí se lêem...



Tenho uma vontade enorme de oferecer este album a alguém e nem sei como... nem porquê.



The The - Mind Bomb



Good morning beautiful



Satellite, oh, satellite

Who sits upon our skies

How deep do you see when you spy into our lives?




I know that God lives in everybody's souls

and the only devil in your world

Lives in the human heart



So now ask yourself

What is human? And what is truth?

Ask yourself

Whose voice is it? That whispers unto you?

From the cellars of your homes

From the tops of your city roofs

Ask yourself

Whose voice is it? That whispers unto you?



Who is it?

That turns your blood into spirit and your spirit into blood



Who is it?

That can reach down from above and set yours souls ablaze with love

Or fill you with the insanity of violence and it's brother: lust



Who is it?

Whose words have been twisted beyond recognition

In order to build your planet Earth's religions



Who is it?

Who could make your little armies of the left

and your little armies of the right

Light up your skies tonight



Now some of you may live and some of you may die

But remember

That nothing in the world can kill you inside

For he is thinking of you

In your great cities of great solitude



Oh children you've still got a lot to fuckin' learn

The only path to heaven is via hell



Good morning beautiful, good morning beautiful

Good morning beautiful, good bye world





Armageddon days are here (again)



They're 5 miles high as the crow flies

leavin' vapour trails against a blood red sky

Movin' in from the East toward the West

with Balaclava helmets over their heads, yes!



But if you think that Jesus Christ is coming

Honey you've got another thing coming

If he ever finds out who's hi-jacked his name

He'll cut out his heart and turn in his grave



Islam is rising

The Christians mobilising

The world is on its elbows and knees

It's forgotten the message and worships the creeds



It's war, she cried, It's war, she cried, this is war

Drop your possessions, all you simple folk

You will fight them on the beaches in your underclothes

You will thank the good lord for raising the union jack

You'll watch the ships out of harbour

and the bodies come floating back



If the real Jesus Christ were to stand up today

He'd be gunned down cold by the C.I.A.

Oh, the lights that now burn brightest behind stained glass

Will cast the darkest shadows upon the human heart

But God didn't build himself that throne

God doesn't live in Israel or Rome

God belong to the yankee dollar

God doesn't plant the bombs for Hezbollah

God doesn't even go to church

And God won't send us down to Allah to burn

No, God will remind us what we already know

That the human race is about to reap what it's sown



The world is on its elbows and knees

It's forgotten the message and worships the creeds

Armageddon days are here again





The Violence of truth



What is evil? What is love?

What is the force that possesses us?

Where is the beauty? Where is the truth?

Where is the force that watches over you?



What is it that makes us ashamed to be white?

(when we close our ears to the sound of machine gun)



And while the niggers of this world are starving

with their mouths wide open

What is it that turns the coins we throw at them

into worthless little tokens?



Why is it that anything on this earth we do not understand

We are pushed onto our knees to worship or to damn?



Those are the rules of religion

Those are the laws of the land

That's how the forces of darkness have suppressed the spirit of man



That's why human beings still walk on all fours

Whilst in the presence of their so called superiors



Somethings telling you to wake up and salute

The dangers of obedience and the violence of truth



God is evil, God is love

God is the force that possesses us

God is beauty, God is truth

God is the force that is watching over you





Kingdom of rain



Tell me what you're thinking baby

Your heart's beating faster than mine

And I know something's going on in your life

In your life.. in your life



You were the girl I wanted to cry with

You were the girl I wanted to die with



And you were the boy who turned into the man

Broke my heart and let go off my hand




Our bed is empty, the fire is out

And all the love we've got to give has all spurted out

There's no more blood and no more pain

In our kingdom of rain



You think you know about life

You think you know about love

But when you put your hands inside me

It doesn't even feel like I'm being touched, and



You were the boy I wanted to cry with

You were the boy I wanted to die with



You've moved further from my side, year by year,

While still making love dutifully sincere




But as silent as the car lights that move across this room

As cold as our bodies silhouetted by the moon

And I would lie awake and wonder

Is it just me or this the way love is supposed to be?



Tell me what you told him baby

My heart's beating out of time with my mind

And I know something's going wrong in our lives



I just wanted somebody to caress, this damsel in distress

I just wanted somebody to undress, this damsel in distress

I just wanted somebody to bless, this damsel in distress

I just wanted somebody to possess, this young girl



Our bed is empty, the fire is out

And all the love we've got to give has all spurted out

There's no more blood and no more pain

In our kingdom of rain





The beat(en) generation



When you cast your eyes upon the skylines

Of this once proud nation

Can you sense the fear and the hatred

Grwoing in the hearts of its population



And our youth, oh youth, are being seduced

by the greedy hands of politics and half truths



The beaten generation, the beaten generation

Reared on a diet of prejudice and mis-information

The beaten generation, the beaten generation

Open your eyes, open your imagination



We're being sedated by the gasoline fumes

and hypnotised by the satellites

Into believing what is good and what is right



You may be worshipping the temples of mammon

Or lost in the prisons of religion

But can you still walk back to happiness

When you've nowhere left to run?



Andif they send in the special police

To deliver us from liberty and keep us from peace



Then won't the words sit ill upon their tongues

when they tell us justice is being done

and that freedom lives in the barrels of a warm gun





August & September



Suddenly last summer

I started going out of my head

In a tiny hotel room

Lying naked on a bed

I knew what you were doing, and I knew what you'd done

Your life with me was ending, your new life had begun

But I was cursing your name, and I was cursing that room

And I was praying for the strength to stop loving you



I started writing you the letter

Which turned into the book

I was gonna reach across the ocean

and force you to look



But what kind of man was I?

Who would sacrify you happiness to satisfy his pride

What kind of man was I?

Who would delay your destiny to appease his tiny mind



Then you came back to me and I went down on one knee

With a glint in my eyes and a rose between my teeth

And I pushed out my tongue for you to see

That I'd been dying of a thirst for your company

Then you quenched my loneliness with your tears

And our clothes fell away as we rolled back the years

But we could't deny it because we could not admit it

If our love was too strong to die

Or we were just too weak to kill it

Was our love too strong to die?

Or were we just too weak to kill it?



Every moment in that room

I closed my eyes in prayer

Every moment I awoke

I clenched my teeth in prayer



What kind of man was I?

Who would sacrify your happiness to satisfy his pride

What kind of man was I?

Who would delay your destiny to appease his tiny mind



Who could delay your destiny to appease his aching swollen pride

Who could delay your destiny to appease his screaming little mind



You're mine





Gravitate to me



I've been watching you for ages

You're like a boat without a mast

Struggling with the tide of destiny

Between the future and the past



I am the lighthouse

I am the sea

I am the air that you breathe

Gravitate to me



Through the ether and the mists of themind

You will come to me to lay by my side

To stroke my hair, to cuddle my flesh

And to quell the torrents in my subterranean depths



This world aint strong enough to keep us from eachother

For we are kindred spirits, born to become earthly lovers



And while my vanity struggles against my integrity

I find myself thinking, how deep runs my humanity?

When held up against eternity?



I am the lighthouse

I am the sea

I am your destiny

Gravitate to me



I know you

From a previous incarnation..





Beyond love



Move away from the window and into the light

There are some things in this life that you just can't fight

It's as if the spirits above have cast a little spell upon us

It's as if heaven above is beckoning us

So let us take off our crosses and lay them in a tin

And let our weakness become virtue instead of sin

Our bodies stand naked as the day they were born

And tremble like animals before a coming storm



Take me beyond love

Up to something above

Upon this bed, between these sheets

Take me to a happiness beyond human reach



The force of life is rushing through our veins

In and out like the tide it comes in waves

The drops of semen and the clots of blood

Which may, one day, become like us

With outstretched hands reaching beyond love

And up to something above



Before our juices run cold and our flesh grows old

Let me feed upon your breast and draw closer to your soul

Let me stay with you tonight and I'll offer you my world

I'll take you to the angels if you'll take me to myself



Take me beyond love

Up to something above

Upon this bed, between these sheets

Take me to a happiness beyond human reach



Beyond the grasp of lust

Beyond the need for trust

Beyond the gaze of the sick and the lame

Beyond the stretch of human pain

terça-feira, janeiro 18, 2005

Um passo de cada vez

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Comecei este Blog no fim do Verão passado, por curiosidade, porque gosto de escrever, porque queria desesperadamente arranjar cenas com que me entreter para afastar da cabeça uma tal de "Maria Odete", porque me sentia sozinho, muito... Enfim, porque me sentia penosamente fragilizado e escrever sempre me fez sentir melhor.

Na altura ouvia insistentemente o duplo albúm dos Marillion (Marbles - versão pré-comprada online e personalizado com o meu nome na capa). A primeira faixa desse album chama-se nem mais do que "The Invisible Man". Essa música em particular, de rock progressivo (o meu estilo musical de eleição) é um épico de 15 minutos e a Letra é algo fantástico (tradução para Português aqui) onde me reví imediatamente, e que me permitiu reflectir sobre um determinado número de causas e consequencias que, a seu tempo, me fizeram sentir melhor, e andar para a frente...

Gradualmente a noção de ser "The Invisible Man" enterlaçou-se comigo e com as interferências que as minhas sensações me trazem... Continuarei a ser o Homem Invisivel, já o sou Há tanto tempo...

Está explicado porque assino este Blog (e os comentários que faço por aí) como "The Invisible Man". Cada um tem os seus pequenos subterrefugios, eu tenho este.



Bom, descascado o eucalipto, eis o palito: Para simplificar a escrita, doravante passarei a assinar só "Invisible".



Confesso que o caracter incógnito disto tudo me seduziu, mas se alguém quizer desesperadamente saber o meu nome só tem que perguntar, caso contrário "Invisible" serve perfeitamente.

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Um poema para a menina que ria (link aqui)

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Quantas vezes nesta vida

a nossa alma é ferida

e cantamos a soluçar?



Quantas vezes nós nos rimos

escondendo o que sentimos

com vontade de chorar?

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Bilhete de ida-e-volta

Só há uma maneira de ver o que acontece ao carregar na tecla "END" do teclado.

Maré alta

Vestido de palavras mostro a minha nudez, a vergonha tatuada no meu ser, no meu corpo despido, um beijo, uma caricia perdida na voz que me acalma, uma mulher.

Vestido com a noite vivo a imagem de ti, imagem esculpida na minha memória, memória do tempo que me esconde o pudor, passado esquecido, momento perdido, momento querido, indeferido.

Vestido de tempo morre a minha cor, o teu amor afogado em mim, e vivo, sobrevivo, no tempo perdido, despido de ti, adiado, a flutuar.

Vestido de mim mostro quem és no melhor que há em mim, assim, uma lembrança, uma chama, uma lança que me trespassa a lembrança, mas uma luz, um farol.

Vestido de mar, no oceano o teu olhar, azul.

Maré baixa

Chegam-se a mim, recebem-me e abraçam-me e dizem "Vem por aqui", e eu sigo-os, sorriso na alma e olhar desconfiado. As portas abrem-se, os sorrisos multiplicam-se e eu perco a desconfiança. "Faz assim que é melhor", e eu faço, e as portas continuam abertas e eu continuo a segui-los... depois vem a primeira tempestade, as portas fecham-se, os sorrisos escondem-se e a desconfiança volta a crescer, mas não é em mim. O meu barco aguenta-se bem, tenho uns remos fortes e uma vela cosida com nervos de aço. Vagas e mais vagas e continuo a remar... Bonança enfim: "vem por aqui", mas eu não vou, já não vou por aí...

segunda-feira, janeiro 17, 2005

-ALTO! -ISTO É UM ASSALTO!

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O meu amigo Cajolas foi assaltado hoje em plena via pública! Pormenores e comentários de solidariedade aqui SFF.



Portugal agradece!

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Planning

Acabei de fazer o meu planning de viagens para 2005. Vou estar fora 98 dias em 9 paises. Resta saber se será aprovado...

domingo, janeiro 16, 2005

Um sorriso para Martunis

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A camisola da selecção nacional não me passa ao lado, mas não deixa de ser apenas uma caricatura. Não posso deixar contudo de sentir um morninho enorme dentro de mim ao ver a forma fantástica como um puto de 7 anos se agarra à vida, sozinho, só com o instinto de sobrevivência.

Este sorriso é para ele! :)

Bem haja.

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Remédio para a azía

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Lista de compras.



No CascaiShopping

-O CD “Dusk” dos The The para completar a discografia

-DN

-Remédio para as pulgas (da gata!)



Na Bomba da Galp em Sintra

-Aditivo para a gasolina (se houver)

-Mapa

-Ovos Kinder Surpresa para o filho da Isabel



Na Farmácia na Ericeira

-Aspegic1000 (para a minha ressaca)

-Grosan (para quem precisar)

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Está um dia ensolarado

Não sei se vou andar de moto hoje, pelo menos não de manhã. Talvez da parte da tarde vá até à Ericeira, vontade não me falta... Não percebo porque é que acordei tão cedo, deitei-me tardissimo, mas acordei a tempo de ver os desenhos animados. Apesar da ressaca e da asma sinto-me fresco como uma alface.

Na última semana voltei a esticar-me na compra de CDs, comprei 3+3+1 e só agora os estou a ouvir ("The The" - Soul Mining, de 1983, o título deste post é um link para uma review que encontrei na net)... se não fosse a música, silêncio da casa vazia estaria agora a fazer zumbidos nos meus ouvidos.

A minha gata passou mais de uma hora numa luta com um inimigo invisivel, agora está ali feita parva, embrulhada com uma T-shirt minha que foi buscar ao cesto da roupa suja, é muito esperta.

De resto, ontem assoei-me tantas vezes que tenho o nariz quase em carne viva e acho que me vou deitar outra vez para ver se o ciclone no meu cérebro se põe um bocadinho mais manso.

Web log = blog (é para isto que servem os blogs não é?)

sábado, janeiro 15, 2005

Zoo

Se os sentimentos morassem num Jardim Zoológico, todas as jaulas teriam uma tabuleta a dizer "Proibido dar de comer aos animais".

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Ye govaru pa Ruskii, tchutchut

Na coluna do lado direito está uma Interferência em destaque, é o Escrita X que incidentalmente é o blog até recentemente muito bem escondido de um amigo meu... O RantTanPlan.

Estava a passear por lá e dei com um link que ele lá tem num post que dá para as estações de Metro de Moscovo. Tendo sido quase casado com uma Russa e semi-divorciado da mesma, conheço bem o metro, não de Moscovo, mas sim de St. Petersburg.

...e mais não digo.

A joke for PeCoLa (link aqui)

Um jovem padre foi destacado para uma aldeia fronteiriça, na sua primeiramissa disse aos poucos fieis que estava muito contente por estar ali, aldeia Portuguesa, gente trabalhadora, honrada... só era pena estar tão perto de Espanha, gente insurrecta, e pimba, pimba cascou nos Espanhois... Causou uma onda de choque e o Bispo de Bragança chamou-lhe a atenção...



Na missa seguinte o Padre disse: "Hoje vou-vos falar de Adão e Eva... Adão, homem puro, filho de Deus, Português... depois veia a Eva, mulher vil, traiçoeira, Espanhola", e pimba, pimba cascou nos Espanhois...

O Bispo voltou a chamar-lhe a atenção, mais veemente...



Na missa seguinte a Igreja já estava cheia, tinham vindo de longe para ver o que o jovem padre dizia: "Hoje vou-vos falar de Cain e Abel... Cain, bom filho de seu, pastor, trabalhador, Português... e veio Abel, preguiçoso, invejoso, assassino, Espanhol!..." e pimba, pimba carregou nos Espanhois. O Bispo desta vez advertiu o Padre que se aquele comportamento hostil para com Nuestros Hermanos não terminasse ali iria haver consequencias...



Na missa seguinte a Igreja estava à pinha, até de outras aldeias tinham vindo ver o Padre: "Hoje vou-vos falar da ultima ceia de Cristo com os apostolos... e Cristo disse, este é o meu sangue bla, bla, bla... este é o meu corpo bla ,bla, bla... mas há entre vós um que me vai trair, e esse traidor és tu Judas!!!

E Judas respondeu a Cristo... Pero Cristo, coño, porque piensas que soy yo?"



Voila!

Aqui está a anedota prometida à inclassificavel PeCoLa!

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Relativo à mensagem transcrita no Post abaixo deste e que me irritou imenso:

Quem é o "Queremos" com que me aborda o subscritor da mensagem de email - verdadeiro Spam - que acabo de receber?



Que comédia é esta em que os politicos se socorrem de tais subterrefugios para angariar votos?



Mas mais importante, onde arranjaram a minha morada de email???



Recebido no meu email pessoal

Mensagem Pessoal



Queremos contar consigo!



No próximo dia 20 de Fev...


* * * * CONTEUDO CENSURADO * * * *

* * * * CONTEUDO CENSURADO * * * *

* * * * CONTEUDO CENSURADO * * * *

Os meus votos de Bom Ano



José Sócrates






A política não provoca uma Interferência Sensitiva!

quarta-feira, janeiro 12, 2005

O Velho Que Encontrou O Amor Na Repartição De Finanças (Parte IV)

Esta saga começou aqui...

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Não sabia que tinha de usar perfume, Não sabia que tinha de usar perfume, Não sabia que tinha de usar perfume… Esta frase martelava-lhe a mente, insistentemente, ecoava. Ferreira havia finalmente tomado uma decisão que o tiraria da vida letárgica que levava, há tanto tempo… Sentia-se agora como um adolescente que aprende a cantiga do engate pela primeira vez. A imagem da loura das finanças a piscar-lhe o olho deu-lhe alento, voltou para trás, queria fazer as coisas bem feitas. Na sala, Graciete de vassoura na mão procurava o ânimo de limpar os cacos do tapete de imitação de arraiolos, já não estava a gritar mas continuava atónita, queria compreender o marido, por uma vez que fosse, tarde de mais, tarde demais…

Ferreira olhou-a, olhos ao rubro, apanhou os óculos do chão e forçou-os de novo no bolso da camisa suada, depois pegou na garrafa e em dois copos, serviu o champanhe, deu um copo à mulher e tocou-lhe no ombro com a outra mão “tchin-tchin meu amor”. Depois meteu a mão no bolso e tirou o post-it amarelo, colou-o no bordo da mesa e fitando-a, meigo, como sempre foi… “foste a melhor esposa que um homem pode ter…” Pousou o copo, todo ele era serenidade, sem estremecer, sem se pentear, despiu o velho casaco de malha verde alface, dobrou-o e pousou-o na mesa, depois virou-se e saiu para a rua, sabia que nunca mais voltaria a entrar naquela casa. Eram já 17:25h, iria ter com ela, fugiriam para propriedade do Norte, uma cabana talvez, criaria coelhos, ela havia de o aceitar, assim, usado, reformado, reciclado enfim.

Chegou à porta da repartição e ela estava do outro lado da estrada, de pé, carteira na mão e saia rodada. Ferreira quiz-se pentear mas não o fez, atravessou a estrada para ir ter com ela sem ver o camião carregado de liquido depilador concentrado que se aproximava… O condutor evitou-o à justa batendo contra a murada do edifício público, o choque foi violento e a cisterna rebentou. Ferreira sentiu o liquido queimar-lhe a pilosidade como se cada cabelo fosse arrancado um a um.

Quando acordou estranhou-lhe o cheiro anticéptico do ar, ela estava sentada à cabeceira da cama.

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...e se tudo correr bem esta saga continúa no mesmo sítio

terça-feira, janeiro 11, 2005

Fascistik

Aproximei-me dela, devagar, sorrateiramente, em silêncio, stealth como um F117, furtivo como ela... cheguei-me tão perto que quase a ouvia respirar. Ela abriu um olho estremunhado, deu um boçejo, uma preguiça e eu fiquei imovel... mas não resultou. Acordou e viu-me e antes que eu pudesse mexer um musculo ela já tinha dado um salto repentino para o outro lado da cama. Que agilidade, que elegância felina, adoro olhar para ela, vê-la andar, correr, ou então ficar sentada horas a fio no parapeito da janela a olhar para a magia que vê na rua.

Deixei-a ir, não me apetecia correr atrás dela, mas amanhã garanto-te que te ponho o remédio das pulgas, gata malhada com nome Russo.

O Velho Que Encontrou O Amor Na Repartição De Finanças (Parte II)

Isto é a continuação deste post publicado pelo autor do Elasticidade.

(...)Depois, desviando o olhar para baixo, retirou-lhe os impressos da mão trémula, desfez o clip num gesto mecânico e percorreu as folhas com os olhos - aqueles grandes olhos azuis. Ferreira ficou imóvel. “Preencheu as minutas todas, Senhor...?” Perguntou, afastando-se para junto da velha Xerox. Ferreira, ficou mudo, boquiaberto, observou através das bi-focais a forma eximia dela manipular os impressos na fotocopiadora, funcionário público há 30 anos, reconheceu-se imediatamente nos seus gestos. Piscou os olhos várias vezes, ao olhá-la de novo sentiu o sabor adocicado da geleia de morango que comera com as torradas do pequeno almoço a vir-lhe acariciar o fundo da língua. Foi invadido por uma tentação louca, inundado por uma vontade louca, um desejo há tantos anos reprimido, estrangulado, frustrado, quase extinto pela abstenção forçada da enxaqueca crónica da sua Graciete. Fixou-a de novo, agora sentada à sua frente do lado oposto do balcão, sentiu o perfume dela, tão perto... Queria tocar-lhe na pele, acariciar-lhe a face, sentir o seu cabelo... mas nem o seu próprio nome lhe tinha conseguido dizer, os anos tornaram-no fraco e a Graciete tornara-o púdico. Ela não o viu a olhar e continuou sentada a escrever, cabisbaixa, com a farta cabeleira loura já a mostrar as raízes negras dos cabelos mal oxigenádos. Ferreira sobressaltou com o estrondo seco da máquina de timbres quando ela, sem jeito, lhe autenticou os documentos com um selo branco da Republica. Sem a conseguir olhar nos olhos Ferreira pegou no molho de papeis que ela lhe estendeu e arrumou-os na pasta, tirou os óculos, dobrou-os e forçou-os no bolso da camisa, depois virou-se silencioso e afastou-se. Ao caminhar para a saída da repartição sentia a cor do casaco de malha a torturar-lhe a vergonha, nunca tinha gostado daquele casaco, mas tinha-o herdado dum cunhado que ficou na Guiné e usava-o por respeito à sogra. Já na rua fitou o seu reflexo distorcido na montra da pastelaria da esquina, as mãos tremiam-lhe tanto... deixou cair a pasta, os papeis espalharam-se no chão. Apressou-se a apanha-los do chão e só então reparou no post-it amarelo, manuscrito, colado no verso do impresso já autenticado...

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Como te vejo

Olho-te nos olhos, no olhar enublado, azul... Falo contigo a pensar, pergunto-te coisas, conto-te histórias e sorris para mim... Assim, com um sorriso desfocado também, vindo de além, sorris para sempre... Escrevo para ti, palavras e mais palavras, sem me lembrar e sem pensar, sem me lembrar no azul, porque lembrar dói mais do que esquecer... Mas se pensar consigo-me lembrar, para não esquecer e para escrever, escrever mais, escrever muito, para te tocar, assim, azul, no teu olhar...



Sinto o teu toque só de me lembrar, mas sem pensar... e lembro o teu olhar... Olho para ti mas nunca mais te vi, nem ao teu olhar, azul... e é assim que te vejo, todos os dias, azul, memória enublada, afastada, guardada, um tesouro... Olho para ti porque me fazes sentir normal, sentir-me bem quando estou mal... e escrevo e não respondes e continuo a escrever, para nunca me esquecer, para te ver...

domingo, janeiro 09, 2005

Espanca-me

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!



É ter de mil desejos o esplendor

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

É ter garras e asas de condor!



É ter fome, é ter sede de Infinito!

Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...

É condensar o mundo num só grito!



E é amar-te, assim, perdidamente...

É seres alma, e sangue, e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!





Florbela Espanca

sábado, janeiro 08, 2005

Um gato a dormir

Hoje é a festinha do aniversário da minha Sobrinha Margarida... vou jantar a casa da minha irmã Chris a Lisboa.

A parte gira disto tudo é que a Margarida já fez anos no dia 6 (e eu a ver se não se percebe que não sei quantos anos ela fez) e eu esqueci-me, claro. Ora como calhou falar ontem com a minha irmã ao telefone ela lembrou-me e convidou-me para a festinha. Apressei-me a mandar uma SMS à minha sobrinha com a seguinte mensagem:

"Espéro que a unica coisa que tenha faltado no teu aniversário tenha sido eu a dar-te os parabéns. Beijinhos" e assinei.

Aquilo parecia-me meio despido por isso acrescentei na SMS a imagem de um gato a dormir das que vêm incluidas no meu Nokia.

Para minha surpresa a Margarida respondeu-me com um SMS a agradecer e a dizer que gostou muito do gato...

Mas quantas pessoas é que eu conheço que agradecem as SMSs de parabéns?



The Invisible Girl

Por este andar quando chegar ao Bauhaus aquilo já fechou...

Ainda tenho tempo para postar isto. Não tinha reparado que o zapping depois do filme tinha morrido na SIC Mulher... de repente, por entre o barulho do vaporisador de Minotaure e das chaves já a tilintar no bolso, ouvi uma música fantastica, uma voz feminina... cheguei lá a tempo de ver o nome da musica, uma pesquisa rápida e toma lá... parece que amanhã vou à FNAC



Invisible Girl



you know what I'm thinking

here in this same thought

so strong you're resisting

some parts here, some not

our moon is liquid light

stones and shadows

invisible girl,

he don't see you

might only feel you

'till the day he knows you and needs you

invisible girl

someday someone

between the satellites

that crowd the sky

these highways and headlamps

halos in glare

they are angels in transit

now they're leading me

receding into this thin air

our moon is here and gone

but I'm remaining

invisible girl

he don't see you

might only feel you

'till the day he knows you and needs you

invisible girl

someday someone

between the satellites

that crowd the sky

remember silently

we speak in volumes

all of this real to me

more than ever,

as ever

invisible girl

you shine so brightly

frequencies of rays

raining just out of sight here

Invisible here,

but you don't see me

just imagined light

imagining

.