quarta-feira, janeiro 30, 2013

A questão de fundo

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Se repararmos, Abebe Selassie é o primeiro negro com algum poder real em Portugal. Ou seja, num país razoavelmente multiétnico, o primeiro negro com algum poder só o consegue ter porque esse poder não resultou da vontade dos portugueses. Há, que me lembre, apenas um deputado negro no parlamento - e é do CDS. Não há nenhum presidente de Câmara, nenhum ministro, nenhum secretário de Estado. Isto tem de querer dizer qualquer coisa. Ou quer dizer que os portugueses não votam em negros ou quer dizer que a generalidade dos negros não consegue ascender socialmente no nosso país para chegar a cargos públicos relevantes. Porque são geralmente discriminados ainda antes de chegarem à fase de poder ascender a estes cargos. São discriminados na distribuição do rendimento, dos empregos, das oportunidades.
(...)

Excerto do artigo de Daniel Oliveira no Expresso-online.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-escurinho-do-fmi=f783094#ixzz2JSeuv6bl

sexta-feira, janeiro 25, 2013

-Mundo!


Ao ver nos canais internacionais de noticias na TV uma mera referência em roda-pé sobre Portugal ter "voltado aos mercados" apercebo-me que a febre da vaidade e da euforia orquestrada é mesmo apenas coisa doméstica cá do burgo... que tristeza...
Há dias em que - como hoje - me sinto particularmente intolerante com tanta apatia social, com tanta ignorância relacional, com tanta obtusidade política, e com tanta incompetência profissional que prolifera neste país!
De que vale o Governo "ir (contrair mais dívida) aos mercados", se depois não promove a sustentação e o crescimento económico do País? Mas esta gente é toda burra? e continuam a aparar os golpes a estes inuteis da "Jota"?
A formula é simples: Quem não trabuca, não manduca! -RUA!
Porque ao contrário do que diz a Múmia de Belém, o que de melhor podia acontecer ao País agora era mesmo a tal de crise política. É um mal a vir por bem!
-Venha ela!
Seria uma forma de travar a implosão de dentro para fora que nos espera certamente se o rumo político e económico do país não mudar urgentemente.

terça-feira, janeiro 22, 2013

Stand by





sexta-feira, janeiro 18, 2013

Portagens na A16? Para quê?

Números de 2009 indicam um trafego médio de 100.000 viaturas - por dia - no IC19, no troço entre Alfragide e Amadora (N117). Como dizia o outro: "-É fazer as contas".

terça-feira, janeiro 15, 2013

Antes a crise política que continuar com este inútil

Senhor Primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece rugir!
O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!
Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento.
O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias. Você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?
Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.
Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro.
Outro exemplo: as parcerias público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas.
Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!
Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.
Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.

Nicolau Santos (in "Expresso")

quinta-feira, janeiro 10, 2013

Elitismo Lonerismo

Tem sido calmo o ínicio do ano... não será necessariamente um bom sinal em termos de crescimento de negócio, mas acaba por ser transquilo e pacífico em termos de qualidade de vida no local de trabalho. Nos últimos dias, à noite, equipei-me com cerca de 8Gb de música nova. Depois durante o dia a calma (aparente) no escritório permite instruir as massas, desligando a porcaria das playlists repetitivas da Radio Comercial e passando sons que não passam nas radios.

terça-feira, janeiro 08, 2013

Welcome back, Guv'nor!

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Pequenos prazeres de Segunda a Sexta

Este barzinho novo que descobri no centro de Santa Maria da Feira, onde venho quase religiosamente todos os dias tomar o cafézito depois do almoço, é um local que prima por ter um conjunto de atributos que fazem dele - no compto da minha particular e exigente apreciação de cafés - um local que atinge elevada e surpreendente classificação.
Dito desta forma, para quem não conheça o local a que me estou a referir, até parece que se trata de uma repartição pública... mas não, nada disso. É um elegante café situado bem no centro da zona nobre da cidade, perto do Castelo, da Câmara Municipal, dos bancos, da zona pedonal e das lojas tradicionais, dos bares e cafés. É certo que um barzinho assim catita fica situado num local que é algo suspeito, pois para mim, este é um establecimento que se preferiria que estivesse escondido e protegido da populaça, num canto escuro de uma viela secundária, numa travessa, ou numa rua secundária... Contudo, aqui está ele, plantado à vista do mundo, e no entanto é um local naturalmente selecto, quase elitista, e é-o à descarada.
É curioso como me agrada tudo aqui dentro: Desde o gosto do café que tem travo a caramelo e canela, à doçaria caseira que apela a um certo pecado de ex-fumador que há em mim. Quanto ao local em si, gosto da disposição do espaço onde se articulam diferentes ambientes que tanto nos fazem sentir que estamos na sala de estar da casa de um amigo, como no lobby de um Hotel vintage onde a decoração retro nos atira para o elegante de um café classico do início do Sec. XX, misturando o charme da confeitaria tradicional com o dinâmico de uma galeria de arte deco.
Os clientes, alguns que reconheço já como habitués, são na sua maioria gente bonita e bem vestida. Depois há a música - critério determinante para mim - que torna o ambiente agradavel e de constante bom gosto, com escolhas elegantes, virtuosas, distintas e em nada comerciais, tocando em volume de som adaptado ao espaço e, na variedade, a concorrer com as minhas próprias prateleiras de CDs lá de casa. Já me aconteceu perguntar que CD estaria a tocar e disso fazer registo para posteriormente perscrutar novos sons.
Há ainda que mencionar a empregada de mesa, verdadeira piéce de résistance, simpática, eficiente, gira e um naco do caraças, que só não me faz levantar os olhos do Jornal cada vez que passa pela minha mesa porque eu já deixei de ser o galifão de outrora, mas faz-me sorrir quando vou à caixa pagar a minha despesa e me trata por Senhor, despedindo-se com um semi-formal "até à próxima".
Mais locais houvesse como este, eu até conheço alguns, noutras cidades, noutros países, noutras décadas, mas não por estes lados. Este por agora é um dos meus preferidos do momento.